segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
domingo, 28 de dezembro de 2008
Datas de referência
Internamento no Hospital de S Francisco Xavier
31 Outubro 2008 (6ªf)
Transferência para o Hospital de S José
2 NOvembro 2008 (Dom)
Alta do Hospital de S José
3 Novembro 2008 (2ªf)
Internamento no Hospital de S José
9 Novembro 2008 (Dom)
Transferência para o Hospital da Luz
12 Novembro 2008 (4ªf)
Operação aos dentes
25 Novembro 2008 (3ªf)
Operação ao coração
3 Dezembro 2008 (4ªf)
Paragem cardio-respiratória
4 Dezembro 2008 (5ªf)
Operação à traqueia
10 Dezembro 2008 (4ªf)
Falecimento
14 Dezembro 2008 (Dom)
Funeral
16 Dezembro 2008 (3ªf)
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Texto editado
Publica-se aqui uma amostra de uma prova que foi editada pelo Autor, para publicação de um dos seus últimos trabalhos escritos.
Destina-se apenas a ilustrar que se trata de uma oessoa que se encontrava no pleno uso das suas faculdades intelectuais.
E que, já depois de falecido, ainda continuaram a ligar para a sua residência solicitando as suas inestimáveis contribuições no campo científico da sua área de intervenção pública.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
A garantia da morte
No caso do Engº Castanheira Diniz, que nunca se queixou do coração, não faltou àquelas sumidades, o juízo fatal de condicionar uma operação à hérnia que o doente exigia, a uma outra ao coração, sem a qual a outra operação era morte certa.
Tratava-se, segundo as mesmas sumidades, de uma operação de rotina, que hoje em dia se pratica independentemente da idade do doente.
Mas depois do doente sucumbir à sua aventura médica, vem a mesma sumidade desculpar o seu fracasso com a idade do doente.
Se todos os êxitos da medicina, fossem subordinados às garantias que são prestadas no hospital da Luz, a medicina privada já tinha acabado.
"professor" Roquete, que grande barrete!
Revela pela vida humana, uma insensibilidade que só é ultrapassada pela sua incompetência clínica.
Entregam um cadáver à família, como quem deita uma seringa para o caixote do lixo, e sentem-se com autoridade para continuar a assediar a família monetáriamente, sem sequer apresentar os sentimentos, porque não os têm. E perante a sociedade, as únicas pessoas que tomam conhecimento dos seus fracassos, são os agentes funerários. Estes agentes, recusaram-se a proceder o tratamento habitual ao corpo, porque tiveram medo do estado em que se encontrava.
Seria mais humano dar um tiro à vítima, do que proceder a uma facada desde o peito até à barriga, provocando uma agonia de duas semanas até à morte, com a diária a correr por conta da família, sem que haja alguém que se interrogue acerca da atitude profissional deste clínico.
Nem sequer assumem o sentido do ridículo, quando criticam a ciência das mézinhas, perante os atentados à vida humana que sentem protegidos pelo estatuto que lhes é conferido, e que é negado aos curandeiros.
Mas ignoram que, se eles têm ordem para matar, também os outros têm o direito de falar, e de ouvir o grito das suas vítimas.
Aquilo que não aprenderam na universidade que lhes confere o direito a matar, continuam a aprender à custa da vida alheia, com a qual vão sustentando um nível de vida que a sua clientela não consegue alcançar.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O Hospital "não sabe" a causa da morte
Disse-lhe este responsável, que até hoje o hospital "ainda não sabe" qual foi a causa da morte.
Afirmou que foi recolhida uma amostra do sangue, ainda antes da morte, mas ainda não saíram os resultados da análise.
Entretanto, já se realizou o funeral, com a respectiva certidão de óbito que foi entregue à funerária junto com o corpo, mas que ainda não foi entregue à família.
Ordem para Matar
Operação ao coração, num doente de 85 anos que nunca se queixou nem teve episódios de qualquer insuficiência cardíaca: alarmaram o doente e a família da sua necessidade mostrando o clínico estupefacção por nunca terem ocorrido sintomas ao paciente, mas que ainda assim os exames detectaram problemas que impedem o avançar com a operação à hérnia inguinal pois esta sem a outra era condenar o paciente a uma morte certa na própria sala de operações.
Antes ainda fizeram:
Extracção de enfiada com anestesia geral,da totalidade dos dentes no mesmo acto médico: alegaram que a intervenção ao coração não se pode proceder sem os dentes extraídos, com desculpa do risco de infecção pós-operatória. Esta operação decorreu com sucesso, tendo o doente suportado bem a anestesia geral. Colocada esta dúvida ao hospital, de que se o coração do doente suportou esta anestesia geral, não suportaria também a anestesia para a operação à hérnia, foi informado pelo especialista clínico que, se "se não fizer as três operações: dentes, coração e hérnia, o doente morre", pois o sucesso da última depende das duas anteriores.
Paragem cardíaca: após a operação ao coração, a mesma foi considerada um sucesso pelos seus autores tendo o doente abandonado a Unidade de Cuidados Intensivos e sido conduzido ao Internamento; porém passado algumas horas, ocorreu uma paragem cardio-respiratória que o devolveu à UCI. Em plena crise cardio-respiratória, lembraram-se de submeter o doente a raios-X, alegaram a existência de pequenos focos de pneumonia, e sujeitaram-no a antibiótico para combater uma alegada bactéria. A partir daqui o doente sofreu os maiores horrores: foi amarrado à cama nos pulsos, para que não pudesse arrancar os tubos que o sustinham à vida artificial, numa UCI em que cada dia que passa custa uma fortuna à família sem qualquer apoio do estado, e onde o hospital só tem a ganhar por cada dia que o doente conseguir sobreviver e por cada produto que é administrado.
Operação à traqueia: diz-se à família que a garganta não aguentou os danos provocados pelos tubos que foram introduzidos para apoio respiratório depois da operação ao coração; assim, abriram uma saída directa pela traqueia, e aí colocaram o tubo. O sangue derramava pelo adesivo que suportava o tubo respiratório. As mãos do doente foram ainda mais apertadas à cama, impedindo-o de qualquer mobilidade, e inchando contínuamente, como e resto do corpo, de uma forma monstruosa. O doente perdeu a voz, não podia escrever limitando-se a articular uns gestos com os lábios que apenas se conseguiam adivinhar. Nesta fase, a esposa questionava o especialista (André Casado) "eu não vejo que a situação esteja bem encaminhada" e este disse: "ele vai sair desta". Também perguntou a outra médica (Cláudia Febra) da UCI "porque é que não seguiram o procedimento proposto no Hospital de S. José, que era apenas de ser operado à hérnia?" e esta respondeu: "se não tivesse sido operado ao coração, a senhora podia encomendar o fato do funeral". Com tantos líquidos injectados, alegaram problemas nos rins, que deixaram de poder funcionar, então invocaram a necessidade de proceder a hemodiálise. Nesta altura, o doente encontrava-se inchado em todo o corpo, começando a derramar líquidos pelos braços amarrados, e apoiados em material absorvente. Às sete da manhã do dia 14, a família foi informada do seu falecimento.
Operação à hérnia: esta foi a única operação que os familiares solicitaram ao hospital, porque o doente estava impossibilitado de evacuar perdendo uma função vital. Esta intervenção não foi prontamente atendida e invocando para tal o peso da sua autoridade médica, ameaçando constantemente com o perigo da sentença que, pelo seu comportamento, se encarregou ele próprio de executar.
Antes de ser internado no hospital da Luz, o paciente tinha dado entrada nos hospitais de S Francisco Xavier e S José; nestes hospitais foi intensamente observado, e nunca falaram de quaisquer problemas relacionados com o coração, que comprometessem alguma intervenção. Por duas vezes teve alta destes hospitais, em Novembro, e só na terceira crise é que os familiares foram sensíveis à sua transferência para o hospital privado, na busca de melhor conforto e só por isto.
Todos os problemas que vitimaram o doente, surgiram após a operação ao coração, e a única operação que foi solicitada, nunca chegou a ser feita.
Gostaria de vir a obter, de quem leia estas linhas, alguma sugestão para o encaminhamento deste caso. A vida não há-de ser reposta, mas se nada fosse feito, a impunidade seria prosseguida numa lógica que não deveria ter lugar numa sociedade como a nossa.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Livro de Reclamações
A carta anterior foi anexada à reclamação que se preencheu no Livro de Reclamações do Hospital da Luz, na mesma data de 13 de Dezembro, com o nº 11770550.
Após a identificação dos reclamado e reclamante, preencheu-se o seguinte texto no "motivo da reclamação":
Anexa-se a esta reclamação uma carta com a mesma data com as razões desta reclamação que incide em que o doente veio por um motivo e condicionaram essa intervenção a outras intervenções das quais tem vindo a resultar o agravamento do estado geral e a dependência da Unidade de Cuidados Intensivos, para as funções vitais. Também observei a pouca permanência do médico que conduziu a esta situação junto do meu pai. Ao mesmo tempo aumentou a pressão para adiantar os pagamentos.
Não levei cópia autenticada da carta anexa porque hoje sábado disse-me a Srª do balcão que não havia pessoal habilitado para o fazer.
No Ponto 1 - enganei-me pelo que tive que riscar o nome da identificação do fornecedor do Bem/Prestador do serviço contra o qual é feita a Reclamação, pois trata-se do Hospital da Luz, Av. Lusíada, 100 - 1500/650 Lx.
DATA 13/12/2008, HORA 16h15' ASSINATURA (Isabel Ferrão)
NOS TERMOS DA LEGISLAÇÃO EM VIGOR, DESTINA-SE ESTE ORIGINAL A SER ENVIADO À ENTIDADE COMPETENTE PELO FORNECEDOR DE BENS/PRESTADOR DE SERVIÇOS NO PRAZO DE DEZ DIAS ÚTEIS, SOB PENA DA PRÁTICA DE CONTRA-ORDENAÇÃO PUNÍVEL NOS TERMOS DO DECRETO-LEI Nº 156/2005, DE 15.09 ALTERADO PELO DECRETO-LEI Nº 371/2007, DE 06/11
Carta ao Hospital da Luz, 13 Dez 08
Rua Prof Veiga Beirão 31, r/c B
1700-318 LISBOA
Hospital da Luz
Av Lusíada, 100
1500-650 LISBOA
ASSUNTO: ALBERTO CASTANHEIRA DINIZ
Exmo Senhor Director,
O meu Pai deu entrada nesse hospital, está a fazer um mês.
Encontro-me desacreditada da necessidade absoluta que o Dr Roquete fez ver à família, acerca da operação ao coração a que o meu pai foi sujeito, contrapondo a opinião do médico que o assistia habitualmente.
Ele foi admitido neste hospital com vista a operação a uma hérnia inguinal.
Entretanto, o Dr Roquete condicionou essa intervenção a uma operação ao coração.
Antes de operar ao coração, entenderam que deveriam proceder à extracção geral dos dentes, devido ao risco de infecção.
Observou-se que o doente superou bem a operação à boca, com anestesia geral, o mesmo não sucedendo após a operação ao coração, a qual resultou em complicações sérias ao nível das vias respiratórias, as quais não foram antecipadas à família ou ao doente.
Embora não tenham sido antecipadas, essas complicações deveriam ter sido avaliadas médicamente, num doente que já tinha sido sujeito a tratamentos de radioterapia, precisamente à garganta. Neste órgão, ao aplicarem os tubos para o doente poder respirar, danificaram as funções vitais de tal modo que tiveram que abrir um buraco na traqueia.
Actualmente, o quadro clínico consiste em ver o meu pai permanentemente amarrado à cama, num estado de dependência total e prolongada que não tem nada a ver com o propósito que o levou a solicitar os serviços médicos.
A família precisa de ser informada acerca da responsabilidade do hospital e das perspectivas de evolução da situação, o que não tem sucedido apesar da família acompanhar o doente durante várias horas todos os dias, sem que os responsáveis clínicos procurem informar, ao contrário do que sucedia antes da operação ao coração vir a ser aceite.
A meu ver, a família e principalmente o doente, deveriam ter sido informados acerca da eventualidade deste tipo de quadro evolutivo, para o qual ninguém se encontrava preparado, quer ao nível físico, psicológico ou mesmo económico, onde a informação clínica aos familiares foi substituída pela solicitação monetária que se encontra a delapidar as poupanças que foram conservadas ao longo de toda uma vida de trabalho.
Pergunto-me, se o meu pai resistiu à anestesia para os dentes, porque é que não teria resistido também à anestesia para uma hérnia, que já me têm dito que a anestesia para os dentes é mais forte do que a anestesia para uma hérnia inguinal?
Pergunto também, o que é que o hospital entende acerca da sua cota de responsabilidade no quadro clínico para onde o doente foi conduzido?
E pergunto ainda, o que é que o hospital tenciona fazer, na altura em que sentir que as poupanças do doente já foram suficientemente delapidadas?
Lisboa, aos 13 de Dezembro de 2008. Subscrevo-me,
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(Isabel Ferrão)
Alberto Castanheira Diniz, 1923 - 2008
Engenheiro Agrónomo..