sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A garantia da morte

Há oito meses atrás, o hospital da Luz recusou intervir a uma emergência cardíaca, deixando o doente sucumbir à impotência clínica do seu corpo médico. Os nomes, estão lá todos nos registos do hospital, quanto mais não seja nos registos de cobranças.
No caso do Engº Castanheira Diniz, que nunca se queixou do coração, não faltou àquelas sumidades, o juízo fatal de condicionar uma operação à hérnia que o doente exigia, a uma outra ao coração, sem a qual a outra operação era morte certa.
Tratava-se, segundo as mesmas sumidades, de uma operação de rotina, que hoje em dia se pratica independentemente da idade do doente.
Mas depois do doente sucumbir à sua aventura médica, vem a mesma sumidade desculpar o seu fracasso com a idade do doente.
Se todos os êxitos da medicina, fossem subordinados às garantias que são prestadas no hospital da Luz, a medicina privada já tinha acabado.
"professor" Roquete, que grande barrete!
Revela pela vida humana, uma insensibilidade que só é ultrapassada pela sua incompetência clínica.
Entregam um cadáver à família, como quem deita uma seringa para o caixote do lixo, e sentem-se com autoridade para continuar a assediar a família monetáriamente, sem sequer apresentar os sentimentos, porque não os têm. E perante a sociedade, as únicas pessoas que tomam conhecimento dos seus fracassos, são os agentes funerários. Estes agentes, recusaram-se a proceder o tratamento habitual ao corpo, porque tiveram medo do estado em que se encontrava.
Seria mais humano dar um tiro à vítima, do que proceder a uma facada desde o peito até à barriga, provocando uma agonia de duas semanas até à morte, com a diária a correr por conta da família, sem que haja alguém que se interrogue acerca da atitude profissional deste clínico.
Nem sequer assumem o sentido do ridículo, quando criticam a ciência das mézinhas, perante os atentados à vida humana que sentem protegidos pelo estatuto que lhes é conferido, e que é negado aos curandeiros.
Mas ignoram que, se eles têm ordem para matar, também os outros têm o direito de falar, e de ouvir o grito das suas vítimas.
Aquilo que não aprenderam na universidade que lhes confere o direito a matar, continuam a aprender à custa da vida alheia, com a qual vão sustentando um nível de vida que a sua clientela não consegue alcançar.

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